Tecnologia Científica

Asteroide em a³rbita mais rápido descoberto
O asteroide estãotão perto do massivo campo gravitacional do Sol que experimenta os maiores efeitos relativa­sticos gerais de qualquer objeto conhecido do Sistema Solar.
Por NOIRLab - 23/08/2021


A representação deste artista mostra o astera³ide (acima) e o planeta Mercaºrio (abaixo). Crédito: CTIO / NOIRLab / NSF / AURA / J. da silva

Usando a poderosa Ca¢mera de Energia Escura de 570 megapixels (DECam) no Chile, astrônomos apenas dez dias atrás descobriram um astera³ide com o período orbital mais curto de qualquer astera³ide conhecido no Sistema Solar. A a³rbita do astera³ide de aproximadamente 1 quila´metro de dia¢metro leva-o tão perto quanto 20 milhões de quila´metros (12 milhões de milhas ou 0,13 au), do Sol a cada 113 dias. Asteroide 2021 PH 27, revelado em imagens adquiridas durante o crepaºsculo, também tem a menor distância média (semieixo maior) de qualquer asteroide conhecido em nosso Sistema Solar - apenas Mercaºrio tem um período mais curto e semieixo maior menor. O asteroide estãotão perto do massivo campo gravitacional do Sol que experimenta os maiores efeitos relativa­sticos gerais de qualquer objeto conhecido do Sistema Solar.

O asteroide designado 2021 PH 27 foi descoberto por Scott S. Sheppard da Carnegie Institution of Science em dados coletados pela Dark Energy Camera (DECam) montada no telesca³pio Va­ctor M. Blanco de 4 metros no Observatório Interamericano de Cerro Tololo (CTIO ) No Chile. As imagens da descoberta do astera³ide foram tiradas por Ian Dell'antonio e Shenming Fu da Brown University nos canãus crepusculares da noite de 13 de agosto de 2021. Sheppard se juntou a Dell'antonio e Fu enquanto conduzia observações com DECam para o Volume Local Complete o Cluster Survey, que estuda a maioria dos aglomerados massivos de gala¡xias no Universo local. Eles pararam para observar alguns dos maiores objetos a milhões de anos-luz de distância para procurar objetos muito menores - astera³ides - mais perto de casa.

Um dos imageadores CCD de campo amplo de mais alto desempenho do mundo, o DECam foi projetado para o Dark Energy Survey (DES) financiado pelo DOE, foi construa­do e testado no Fermilab do DOE e foi operado pelo DOE e NSF entre 2013 e 2019. Atualmente o DECam éusado para programas que abrangem uma vasta gama de ciências. O arquivo cienta­fico DECam éorganizado pelo Community Science and Data Center (CSDC). CTIO e CSDC são programas do NOIRLab da NSF.

O crepaºsculo, logo após o pa´r do sol ou antes do nascer do sol, éa melhor anãpoca para caçar astera³ides que estãono interior da a³rbita da Terra, na direção dos dois planetas mais internos, Mercaºrio e Vaªnus. Como qualquer astra´nomo lhe dira¡, Mercaºrio e Vaªnus nunca parecem ficar muito longe do Sol no canãu e são sempre mais visa­veis perto do nascer ou do pa´r do sol. O mesmo vale para astera³ides que também orbitam perto do sol.

Apa³s a descoberta do PH 27 em 2021 , David Tholen, da Universidade do Havaa­, mediu a posição do astera³ide e previu onde ele poderia ser observado na noite seguinte. Posteriormente, em 14 de agosto de 2021, foi observado mais uma vez pelo DECam e também pelos Telescópios Magalha£es do Observatório Las Campanas, no Chile. Então, na noite do dia 15, Marco Micheli da Agência Espacial Europanãia usou a rede do Observatório Las Cumbres de telesca³pios de 1 a 2 metros para observa¡-lo da CTIO no Chile e da áfrica do Sul, além de observações adicionais do DECam e Magalha£es, pois os astrônomos adiaram suas observações originalmente programadas para obter uma visão do astera³ide recanãm-descoberto.

"Embora o tempo do telesca³pio para os astrônomos seja muito precioso, a natureza internacional e o amor pelo desconhecido tornam os astrônomos muito dispostos a ignorar sua própria ciência e observações para acompanhar novas e interessantes descobertas como esta", disse Sheppard.
 
Os planetas e astera³ides orbitam o Sol em a³rbitas ela­pticas (ou de formato oval), com o eixo mais largo da elipse tendo um raio descrito como semieixo maior. 2021 PH 27 tem um semi-eixo maior de 70 milhões de quila´metros (43 milhões de milhas ou 0,46 au), dando-lhe um período orbital de 113 dias em uma a³rbita alongada que cruza as a³rbitas de Mercaºrio e Vaªnus.

Ele pode ter comea§ado a vida no cintura£o de astera³ides principal entre Marte e Jaºpiter e foi desalojado por distúrbios gravitacionais dos planetas internos que o trouxeram para mais perto do sol. Sua alta inclinação orbital de 32 graus sugere, no entanto, que pode ser um cometa extinto do Sistema Solar externo que foi capturado em uma a³rbita de curto período mais próxima ao passar perto de um dos planetas terrestres. As observações futuras do astera³ide lana§ara£o mais luz sobre suas origens.

Sua a³rbita provavelmente também éinsta¡vel por longos períodos de tempo e provavelmente ira¡ eventualmente colidir com Mercaºrio, Vaªnus ou o Sol em alguns milhões de anos, ou ser ejetado do Sistema Solar interno pela influaªncia gravitacional dos planetas internos.

Os astrônomos tem dificuldade em encontrar esses astera³ides internos porque, muitas vezes, eles estãoocultos pelo brilho do sol. Quando os astera³ides se aproximam tanto da estrela mais próxima, eles passam por uma variedade de tensaµes, como tensaµes tanãrmicas do calor do Sol e tensaµes físicas das forças gravitacionais das maranãs. Essas tensaµes podem fazer com que alguns dos astera³ides mais fra¡geis se rompam.

O asteroide de período orbital mais rápido do Sistema Solar foi descoberto no CTIO do
NOIRLab usando a poderosa Ca¢mera de Energia Escura de 570 megapixels (DECam) no Chile
- o novo vizinho mais pra³ximo do Sol. A ilustração mostra as localizações dos planetas e do astera³ide na noite da descoberta de 13 de agosto de 2021, visto que seriam vistos de um
ponto de vista no plano do Sistema Solar. A inclinação relativamente alta de 32 graus
significa que o astera³ide poderia ser um cometa extinto do Sistema Solar exterior que
foi capturado em uma a³rbita de curto período ao passar perto de um dos planetas
terrestres. Observações futuras lana§ara£o mais luz sobre suas origens.
Crédito: CTIO / NOIRLab / NSF / AURA / J. da Silva (Spaceengine)

"A fração de astera³ides no interior da Terra e Vaªnus em comparação com o exterior nos dara¡ uma visão sobre a força e composição desses objetos", diz Sheppard. Se a população de astera³ides em a³rbitas semelhantes a 2021 PH 27 parecer esgotada, isso poderia dizer aos astrônomos que fração de astera³ides pra³ximos a  Terra são pilhas de entulho que são fracamente mantidas juntas, em oposição a pedaço s sãolidos de rocha, o que poderia ter consequaªncias para os astera³ides que pode estar em rota de colisão com a Terra e como podemos desvia¡-los.

"Compreender a população de astera³ides no interior da a³rbita da Terra éimportante para completar o censo de astera³ides pra³ximos a  Terra, incluindo alguns dos mais prova¡veis ​​impactadores da Terra que podem se aproximar da Terra durante o dia e que não podem ser facilmente descobertos na maioria das pesquisas que são observadas a  noite, longe do Sol ", diz Sheppard. Ele acrescenta que desde 2021 o PH 27 se aproxima tão perto do Sol, "... sua temperatura desuperfÍcie chega a quase 500 graus C (cerca de 900 graus F) na aproximação mais próxima, quente o suficiente para derreter o chumbo".

Como o 2021 PH 27 estãotão perto do massivo campo gravitacional do Sol, ele experimenta os maiores efeitos relativa­sticos gerais de qualquer objeto conhecido do Sistema Solar. Isso se revela como um ligeiro desvio angular na a³rbita ela­ptica do astera³ide ao longo do tempo, um movimento chamado precessão, que equivale a cerca de um minuto de arco por século.

O astera³ide estãoagora entrando na conjunção solar quando, do nosso ponto de vista, ele se move para trás do sol. Espera-se que ele retorne a  visibilidade da Terra no ini­cio de 2022, quando novas observações podera£o determinar sua a³rbita com mais detalhes, permitindo que o astera³ide receba um nome oficial.

 

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