Tecnologia Científica

Estudo mostra que materiais ana¡logos de condrita podem sofrer processos de alteração química em temperaturas abaixo de zero
Em seu artigo publicado na revista Nature Astronomy , o grupo descreve a submissão de um ana¡logo de condrito (olivina) a condia§aµes semelhantes a alguns outros mundos do sistema solar.
Por Bob Yirka - 06/03/2022


Fig. 1: Caracterização do gelo, solução descongelada e interface gelo-olivina. Crédito: Astronomia da Natureza (2022). DOI: 10.1038/s41550-022-01613-2

Uma equipe de pesquisadores afiliados a várias instituições na Frana§a e uma na Alemanha descobriu que materiais ana¡logos de condrita podem sofrer processos de alteração química em temperaturas abaixo de zero. Em seu artigo publicado na revista Nature Astronomy , o grupo descreve a submissão de um ana¡logo de condrito (olivina) a condições semelhantes a alguns outros mundos do sistema solar.

Pesquisas anteriores mostraram que reações químicas entre águae rocha em outros mundos (ou luas) podem torna¡-los geologicamente ativos e possivelmente habita¡veis. E atéagora, os cientistas espaciais assumiram que tais corpos devem ser razoavelmente quentes (acima do congelamento) para que as interações ocorram - assim, corpos frios, como muitas luas geladas , são exclua­dos da consideração como entidades habita¡veis. Na prática , isso significa que apenas as luas mais próximas de seus planetas hospedeiros foram consideradas possivelmente habita¡veis. Neste novo esfora§o, os pesquisadores observaram que imagens de close-up da lua de Saturno Enceladus (cortesia da Cassini) em 2008 mostraram a probabilidade de oceanos subterra¢neos e plumas de gelo de águavazando dasuperfÍcie na regia£o polar sul. Essas caracteri­sticas sugeriram que a a¡gua/rochareações químicas estavam ocorrendo apesar das temperaturas abaixo de zero. Para entender melhor o que pode estar acontecendo, eles conduziram experimentos em seu laboratório com um material ana¡logo de condrito.

O trabalho envolveu o uso de olivina como um ana¡logo de condrito de material desuperfÍcie encontrado em Enceladus. Eles dissolveram várias amostras em uma solução alcalina e colocaram cada uma em recipientes isolados em três temperaturas: -20, 4 e 22 C. Eles armazenaram as amostras por 442 dias. Durante o monitoramento, eles descobriram que as reações químicas a¡gua/rocha estavam ocorrendo em todos eles, apesar de um deles estar em um ambiente abaixo de zero. Eles sugerem que essas interações ocorreram devido a  formação de um filme de águaentre o gelo e a rocha que permaneceu descongelado ao longo do experimento. Eles concluem que minerais condra­ticos em corpos gelados de um certo tamanho podem experimentar a¡gua/rock reações químicas, permitindo que sejam inclua­dos como possa­veis corpos habita¡veis.

 

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