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Um estudo de pesquisa analisa as caracteri­sticas do Apophis, o asteroide que se aproximara¡ da Terra em 2029
O asteroide Apophis foi descoberto em 2004 e vem sendo monitorado desde então devido a  sua classificaça£o como asteroide potencialmente perigoso (PHA), pois estimava-se que teria 2% de chance de atingir a Terra.
Por Universidade Carlos III de Madrid - 21/03/2022


Doma­nio paºblico

O estudo, do qual participam a Universidad Carlos III de Madrid (UC3M) e a Universidad Estatal Paulista Jaºlio de Mesquita Filho (UNESP) do Brasil, analisa asuperfÍcie e a dina¢mica do Apophis, um asteroide que passara¡ perto da Terra em 2029.

O asteroide Apophis foi descoberto em 2004 e vem sendo monitorado desde então devido a  sua classificação como asteroide potencialmente perigoso (PHA), pois estimava-se que teria 2% de chance de atingir a Terra. Essa possibilidade já foi descartada e, de acordo com as últimas medições, o Apophis atingira¡ sua trajeta³ria mais próxima da Terra (38.000 quila´metros) em 13 de abril de 2029.

Este estudo analisa as caracteri­sticas físicas deste corpo celeste e os possa­veis efeitos que a sua aproximação a  Terra pode ter. Gabriel Borderes-Motta, pesquisador do Departamento de Bioengenharia e Engenharia Aeroespacial da UC3M, explica que “a colisão não éa única possibilidade na aproximação de eventos como este . corpo, quebrar o corpo em pedaço s , desintegrar possa­veis pedras soltas nasuperfÍcie do asteroide, ou mesmo remover outros corpos que orbitam o asteroide (como rochas, satanãlites ou ananãis)... Nosso estudo se concentra nas duas últimas possibilidades: o que acontece com as possa­veis pedras nasuperfÍcie e a a³rbita do asteroide."

Como experimentar um asteroide

A pesquisa no setor espacial apresenta o desafio de que, na maioria dos casos, éimpossí­vel experimentar diretamente com materiais espaciais. Por esta raza£o, inaºmeras investigações são abordadas no campo da matemática e da física, levando em consideração o maior número possí­vel de varia¡veis.

A equipe de pesquisa responsável por este estudo analisou tanto os aspectos fa­sicos do asteroide osentre eles, sua forma e as caracteri­sticas de seu campo gravitacional osquanto os fatores que podem influenciar sua trajeta³ria e seu a¢ngulo de inclinação, como a pressão de radiação ou perturbação infligida devido a  sua proximidade com a Terra.

Para realizar esta pesquisa, a equipe realizou um conjunto de simulações numanãricas osdois ambientes de simulação com três casos experimentais cada osusando um disco de 15.000partículas de diferentes tamanhos no ambiente pra³ximo de Apophis como amostra. O objetivo foi tentar prever como aspartículas orbitando o asteroide reagira£o a diferentes situações e como essas suposições podem influenciar o comportamento do Apophis.

O primeiro conjunto de simulações foi projetado considerando apenas a perturbação gravitacional de Apophis em períodos de 24 horas ao longo de 30 anos. O segundo conjunto de simulações incluiu distúrbios causados ​​pela pressão da radiação solar. Traªs casos foram propostos em ambos os conjuntos, nos quais o asteroide tinha densidades diferentes. "Avaliamos um poliedro de 340 metros com densidade uniforme em três casos diferentes. Em cada caso, o ponto de partida foi uma densidade departículas diferente, da maior para a menor", diz Gabriel Borderes-Motta.

A partir dessas simulações, concluiu-se que o a¢ngulo de inclinação do asteroide era maior em baixas densidades (4°) do que em altas densidades (2°); além disso, quanto menor a densidade departículas e quanto maior a pressão de radiação solar, menospartículas permaneceram intactas. Em outras palavras, em um cena¡rio onde Apophis tem baixa densidade, aproximadamente 90% das pedras soltas seriam removidas de suasuperfÍcie durante a aproximação da Terra. Além disso, os resultados mostraram que a abordagem do Apophis pode afetar levemente as maranãs e causar alguns deslizamentos de terra nasuperfÍcie do asteroide.

A equipe espera que a aproximação do asteroide a  Terra em 2029 seja uma oportunidade para melhorar o modelo 3D usado para executar simulações espaciais, além de permitir que eles investiguem e prevejam com mais precisão os efeitos nasuperfÍcie de Apophis. Tudo isso significaria um aumento no conhecimento sobre asteroides, o que nos permitiria estar mais bem preparados caso novos corpos celestes passassem perto da Terra.

A pesquisa foi publicada na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society .

 

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