Tecnologia Científica

Rela­quia de 4 bilhaµes de anos do sistema solar primitivo vindo em nossa direção
Um enorme cometa - com aproximadamente 80 milhas de dia¢metro - estãovindo em nossa direa§a£o a 22.000 milhas por hora da borda do sistema solar. Felizmente, nunca chegara¡ a menos de 1 bilha£o de milhas do Sol
Por Universidade da Califórnia, Los Angeles - 12/04/2022


Esta sequaªncia mostra como o núcleo do Cometa C/2014 UN271 (Bernardinelli-Bernstein) foi isolado de uma vasta camada de poeira e gás ao redor do núcleo sãolido de gelo. Aesquerda estãouma foto do cometa tirada pela Wide Field Camera 3 do Telescópio Espacial Hubble da NASA em 8 de janeiro de 2022. Um modelo do coma (painel do meio) foi obtido por meio do ajuste do perfil de brilho dasuperfÍcie montado a partir da imagem observada a  esquerda. Isso permitiu que o coma fosse subtraa­do, revelando o brilho pontual do núcleo. Combinados com os dados do radiotelesca³pio, os astrônomos chegaram a uma medida precisa do tamanho do núcleo. Isso não épouca coisa para algo a cerca de 3 bilhaµes de quila´metros de distância. Embora o núcleo seja estimado em ter até85 milhas de dia¢metro, estãotão longe que não pode ser resolvido pelo Hubble. Seu tamanho éderivado de sua refletividade medida pelo Hubble. Estima-se que o núcleo seja tão preto quanto carva£o. A área do núcleo éobtida a partir de observações de ra¡dio. Crédito: NASA, ESA, Man-To Hui (Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau), David Jewitt (UCLA) Processamento de imagem: Alyssa Pagan (STScI)

Um enorme cometa - com aproximadamente 80 milhas de dia¢metro, mais que o dobro da largura de Rhode Island - estãovindo em nossa direção a 22.000 milhas por hora da borda do sistema solar. Felizmente, nunca chegara¡ a menos de 1 bilha£o de milhas do Sol, que éum pouco mais distante da Terra do que Saturno; que seráem 2031.

Cometas, entre os objetos mais antigos do sistema solar , são corpos gelados que foram lana§ados sem cerima´nia para fora do sistema solar em um jogo de pinball gravitacional entre os planetas exteriores massivos, disse David Jewitt. O professor de ciência planeta¡ria e astronomia da UCLA foi coautor de um novo estudo do cometa no Astrophysical Journal Letters . Os cometas despejados passaram a residir na nuvem de Oort, um vasto reservata³rio de cometas distantes que circundam o sistema solar por muitos bilhaµes de quila´metros no espaço profundo , disse ele.

A cauda espetacular de um cometa de vários milhões de milhas de comprimento, que o faz parecer um foguete, desmente o fato de que a fonte no coração dos fogos de artifa­cio éum núcleo sãolido de gelo misturado com poeira osessencialmente uma bola de neve suja. Este enorme, chamado Cometa C/2014 UN271 e descoberto pelos astrônomos Pedro Bernardinelli e Gary Bernstein, pode ter até130 quila´metros de dia¢metro.

“Este cometa éliteralmente a ponta do iceberg de muitos milhares de cometas que são muito fracos para serem vistos nas partes mais distantes do sistema solar”, disse Jewitt. "Sempre suspeitamos que este cometa tinha que ser grande porque étão brilhante a uma distância tão grande. Agora confirmamos que anã."

Este cometa tem o maior núcleo já visto em um cometa pelos astra´nomos. Jewitt e seus colegas determinaram o tamanho de seu núcleo usando o Telescópio Espacial Hubble da NASA. Seu núcleo écerca de 50 vezes maior que os da maioria dos cometas conhecidos. Sua massa éestimada em 500 trilhaµes de toneladas, cem mil vezes maior que a massa de um cometa ta­pico encontrado muito mais perto do Sol.

"Este éum objeto incra­vel, dado o quanto ativo équando ainda estãotão longe do sol", disse o principal autor Man-To Hui, que obteve seu doutorado na UCLA em 2019 e agora estãona Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau em Taipa, Macau. "Achamos que o cometa poderia ser bem grande, mas precisa¡vamos dos melhores dados para confirmar isso."

Assim, os pesquisadores usaram o Hubble para tirar cinco fotos do cometa em 8 de janeiro de 2022 e incorporaram observações de ra¡dio do cometa em suas análises.

Diagrama comparando o tamanho do núcleo sãolido e gelado do cometa C/2014 UN271
(Bernardinelli-Bernstein) com vários outros cometas. Crédito: NASA, ESA, Zena Levy (STScI)

O cometa estãoagora a menos de 3 bilhaµes de quila´metros do Sol e em alguns milhões de anos retornara¡ ao seu local de nidificação na nuvem de Oort, disse Jewitt.
 
O cometa C/2014 UN271 foi observado pela primeira vez por acaso em 2010, quando estava a 3 bilhaµes de quila´metros do sol. Desde então, tem sido intensamente estudado por telesca³pios terrestres e espaciais.

O desafio em medir este cometa era como determinar o núcleo sãolido da enorme coma empoeirada osa nuvem de poeira e gás osque o envolvia. O cometa estãoatualmente muito longe para que seu núcleo seja visualmente resolvido pelo Hubble. Em vez disso, os dados do Hubble mostram um pico de luz brilhante na localização do núcleo. Hui e seus colegas fizeram um modelo de computador do coma circundante e o ajustaram para caber nas imagens do Hubble. Então, eles subtraa­ram o brilho do coma, deixando para trás o núcleo.

Hui e sua equipe compararam o brilho do núcleo com observações de ra¡dio anteriores do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array, ou ALMA, no Chile. As novas medições do Hubble estãopróximas das estimativas de tamanho anteriores do ALMA, mas sugerem de forma convincente umasuperfÍcie do núcleo mais escura do que se pensava anteriormente.

"a‰ grande e mais preto que carva£o", disse Jewitt.

O cometa estãocaindo em direção ao Sol hámais de 1 milha£o de anos. Acredita-se que a nuvem de Oort seja o local de nidificação de trilhaµes de cometas. Jewitt acha que a nuvem de Oort se estende de algumas centenas de vezes a distância entre o sol e a Terra atépelo menos um quarto da distância das estrelas mais próximas ao nosso sol, no sistema Alpha Centauri.

Os cometas da nuvem de Oort foram lana§ados para fora do sistema solar bilhaµes de anos atrás pela gravitação dos massivos planetas externos, de acordo com Jewitt. Os cometas distantes viajam de volta ao Sol e aos planetas apenas se suas a³rbitas forem perturbadas pelo puxa£o gravitacional de uma estrela que passa, disse o professor.

Primeira hipa³tese em 1950 pelo astra´nomo holandaªs Jan Oort, a nuvem de Oort ainda permanece uma teoria porque os cometas que a compõem são muito fracos e distantes para serem observados diretamente. Isso significa que a maior estrutura do sistema solar épraticamente invisível, disse Jewitt.

 

.
.

Leia mais a seguir